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20 de maio de 2009

CRACK!, Na pedra a sociedade treme

Por Márcia Mendes

“BAK! Na pedra a sociedade treme” é a mostra fotográfica sobre o crack, organizada pela Central Única das Favelas – CUFA, exposta na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no início de maio. A mostra, composta por 16 obras, é resultado de três noites de vigília do comunicador e ativista social Manoel Soares, que registrou os bastidores da capital do Rio Grande do Sul, estado em que num único ano se consome mais de 24 toneladas de crack.

Banner da exposição “BAK! Na pedra a sociedade treme”, uma ação da CUFA no combate ao uso do crack.

A exposição é uma das ações realizadas pela CUFA no Movimento Contra o Crack, composto por campanhas como “Crack, ignorar é seu vício?”, realização de palestras, parcerias com órgãos públicos, promoção de reuniões e debates com pais e jovens, produção de coletânea de rap com o mote do crack, projetos como o “Aliança contra o crack” e outros de prevenção ao uso de crack. As ações estão sendo realizadas em várias cidades e há um planejamento para que novos projetos sejam implementados nas demais bases da CUFA no país ao longo desse ano.

Pedras de crack, droga derivada da cocaína que causa vício imediato


O crack é uma droga ilícita, um subproduto da cocaína, droga extraída das folhas da planta de coca, cultivada principalmente na América Latina. Apesar de consumida há séculos por povos indígenas, pré-incaicos e pré-colombianos, a droga só foi popularizada com propósitos médicos e recreativos a partir do final do século XIX.

Há cinco formas de consumo da cocaína: cheirar, injetar, beber (chá das folhas), mascar e fumar. O crack é a “versão” fumada, preparada a partir da cocaína em pó, dissolvida em um mistura de água destilada, amônia ou bicarbonato de sódio. Após fervida a solução, a parte sólida é separada e colocada para secar. O resultado é quebrado em pedaços, ou melhor, em pedras que apresentam coloração branca ou cor de canela e que pesam, em geral, de 1 a 5 gramas.

A escolha do nome “crack” se deve ao som de estalo que a pedra faz ao ser queimada. O crack atingiu públicos urbanos com renda. Os consumidores iniciais foram os moradores de rua e os usuários de drogas ilegais injetáveis. Com o crescimento de sua popularidade e seu baixo preço, o crack chegou às outras classes e hoje é mais consumido do que a cocaína injetável. Como o efeito do crack dura por um período curto de tempo, o usuário sente a necessidade de usá-lo por muitas vezes, tornando o vício cada vez maior. Minutos de “prazer” são seguidos de horas de novas buscas pela droga.

Muitas são as razões dessa preferência pelo crack, entre elas a diferença de valor entre as pedras e a cocaína em pó. O tempo de ação da droga, que leva de 10 a 15 segundos para surtir efeito, é um fator, já que a cocaína inicia sua atuação após 10 a 15 minutos. A duração dos efeitos do crack sobre o usuário é menor, de 5 a 15 minutos, mas a velocidade e a intensidade proporcionam um sentimento de compensação nos usuários. Há ainda a facilidade do uso, que substitui a seringa por cachimbos, muitas vezes improvisados com latinhas de refrigerante e outros objetos que possibilitem a queima das pedras.

Vários são os objetos utilizados ou adaptados na ruas durante o dia ou a noite para a queima das pedras de crack.

Ao consumir o crack, o usuário leva os vapores para os pulmões, e em seguida para a corrente sanguínea e para o cérebro. Em contato com o sistema nervoso central, a droga age diretamente sobre uma área do cérebro chamada área tegmental ventral, onde interfere em um neuro-transmissor químico chamado dopamina, que está ligado às respostas do corpo ao prazer.

Em contato com a droga, o usuário inicia sua “viagem”, em muitos casos sem volta, e começa a vivenciar sensações intensas. Entre as primeiras, denominadas “tuim”, surgem as impressões relâmpagos, caracterizadas pela euforia e bem-estar. Aparecem ainda a sensação de estar com maior aptidão física, o efeito energizado, alerta e mais sensível aos estímulos da visão, audição e tato. Aumentam o ritmo cardíaco e a pressão arterial. As pupilas se dilatam, há suor intenso, tremores, excitação, euforia, sensação de poder, aumento da auto-estima, inquietação, ansiedade, irritação e agressividade.

Os efeitos colaterais decorrentes do uso contínuo ou mesmo escasso do crack também são inúmeros, sendo físicos, psicológicos e sociais. Entre os efeitos físicos estão os problemas cardíacos, infarto, derrame, parada respiratória, congestão nasal, tosse, expectoração de muco negro, dor de cabeça e abdominal, náusea, perda de apetite, tontura, desmaio, perda de peso e palidez. São comuns ainda queimaduras nos lábios língua e rosto, em decorrência do uso do fogo durante a inalação. Além de hemorragia, alucinação, delírio, morte, indução de abortos, nascimentos prematuros e de bebês com cérebros menores que o considerado normal, entre outras deficiências.

Desestruturação da identidade, problemas com a auto-crítica e a moral, comportamento anti-social, paranóias, desenvolvimento de psicoses e dificuldade para estabelecer relações afetivas são algumas das sequelas psicológicas identificadas nos dependentes do crack.

As conseqüências sociais do crack são devastadoras, pois provoca nos usuários dependência imediata e agressiva, afastamento familiar, práticas criminosas e exclusão social. Um levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenado pelo psiquiatra Félix Kessler, realizado nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre, identificou que 40% a 50% dos internos em clínicas para tratamento de álcool e drogas são dependentes do crack. O estudo revelou ainda que a idade média desses usuários é de 31 anos e que 52% são de desempregados.

Alguns estudos estão sendo realizados com o objetivo de comprovar a relação entre o consumo do crack e o aumento da criminalidade em cidades brasileiras. A busca intensa e quase ininterrupta pela droga leva meninos e meninas a ingressarem na criminalidade, iniciando com pequenos furtos de dinheiro e objetos em casa, seguidos por atitudes mais radicais na rua. Há ainda crescente ligação entre a prostituição e o consumo do crack nas ruas de grandes cidades e mais recentemente no interior. Crianças, adolescentes e jovens se prostituem em troca de algumas pedras, tendo como um dos resultados o aparecimento nesses jovens de doenças sexualmente transmissíveis com o HIV.

Assim como em todas as relações de dependência, os usuários do crack encontram muitos obstáculos durante o tratamento e a recuperação. As reações no período de abstinência, conhecidas como crises, são diversas e incluem raiva, agitação, depressão, ansiedade, irritabilidade, necessidade de uso da droga, exaustão, vômitos, pupilas dilatadas, sensibilidade à luz, crises de choro, insônia, dores no corpo, tremores e diarreia. O convite para “curtir esta onda” pode chegar de maneira sedutora, mas os prejuízos sofridos e causados pelo consumo do crack e a grande luta para sair do vício só resultam em muitas perdas.

1 comentários:

Anônimo disse...

sò tem duas coisas que pode ser feita; primeira ( perder todos os traficantes)mais nâo soltar no dia seguinte ;que eles fiquem presos por muitos anos!).
segundo(arrumar clinicas para os vìciados nas drogas gratuitas, aonde eles possam trabalhar,estudar,fazer cursosprofinalizantes.pelo menos uns trêns anos sem poder sair eu acho que dise tudo o governo nâo resolve por não quer!pois pode haver ter enteresse para ele.

 
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